A casa no xisto consiste numa casa quinta, para uma família de novos vinicultores, numa forma de ai os fixar. Com este trabalho fomos obrigados a reviver as casas quintas do passado bem como a sua tradição e vivência.
A quinta do Caleiro, situada na zona da régua, mais propriamente na serra de São Domingos, com uma paisagem protegida e classificada como património da humanidade. Com estes requisitos fomos obrigados a ter cuidados acrescidos, devido a tudo o que estava inerente ao terreno que nos foi dado.
O projeto aparece na sequência de três fatores, não havendo uma ordem, tendo todos o mesmo peso, o facto de haver um caminho pedonal, juntamente com a forma do terreno, foi dada a linha de força do projeto, não podendo esquecer o facto de esta linha dividir, o terreno do olival da vinha.
Na aproximação da casa podemos ver toda a sua vinha, mas quando se entra na sua aproximação, já no percurso pedonal a vinha é escondida dos visitantes, sendo lhes dada essa vista juntamente com a paisagem sobre o rio Douro quando se encontram no salão de festas.
O volume que faz parte dessa linha de força, não é só percurso pedonal, zona de circulação da casa mas tem como ponto final e de remate o escritório/biblioteca.
De realçar que esta zona de circulação alarga à medida que nos aproximamos da zona de representação, estreitando depois quando entramos na zona familiar.
A habitação tem a preocupação de dar aos seus habitantes uma fácil movimentação tanto dentro de casa, como de dentro para o exterior da mesma.
A casa xisto abraça o terreno, de forma a intervir o mínimo possível nele. No desenrolar do programa colocou-se a zona de quartos a nascente, e a de representação a poente.
Esta forma de se tentar viver a casa/quinta leva-nos quase a pensar se é o terreno que tenta entrar dentro da casa ou é a casa que tenta entrar dentro do terreno. Para que a sua adaptação fosse mais forte ao terreno os materiais usados são os da região ou seja madeira e claro o xisto.
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