Tratava-se de projetar uma habitação unifamiliar, de programa convencional, destinada a um casal com dois filhos, no terreno de um condomínio residencial típico da serra madrilena, um ambiente sem qualificação alguma. Neste sentido, decidimos dotar com uma peça identificável este confuso, ou melhor, heterogéneo, domínio de cidade do subúrbio, sem nenhum interesse arquitetónico. Como escreveu Moreno Galván: "Os edifícios são feitos para uma finalidade determinada. Mas a arquitetura é feita a partir de uma situação, um entendimento das coisas, uma imagem do mundo". Frente às restrições tipológicas que impõe a legislação, o programa e o orçamento, escolhe-se a abstração como estratégia compositiva dos alçados.
Fachada exterior
Procuramos obter uma unidade arquitetónica esquemática, lisa. A prática leva-nos a
concretizar o projeto da planta de um edifício austero, um programa simples e
resolvido de uma forma realista. O edifício é composto por cave, rés-do-chão e
primeiro andar. A clareza tipológica e construtiva do projeto torna-se na sua principal
virtude. Resolve-se ao mesmo tempo a implantação e o volume do conjunto, com
uma grande economia de recursos. Da mesma forma, a homogeneidade dos materiais
empregados, a simplicidade da composição das fachadas e o agrupamento distributivo dos serviços contribuem para definir a simples, mas eficaz
execução do edifício.
Fachada interior
A escala do edifício, bem como a impossibilidade de propor espaços de caráter público que gerassem relações entre os mesmos, fez com que dirigíssemos a nossa proposta para o projeto de uma peça de forte presença geométrica, centrada em si, capaz de afirmar a sua presença na frente à insensatez heterogénea residencial, nos arredores.
A sua rigorosa geometria, pensada em termos de organização clara, serve para projetar corpos precisos e puros, gerando uma entidade absoluta. A arquitetura proposta, longe de formalismos loucos e utopias inatingíveis, procura ser coerente com a sua imagem final, sem perder a dimensão humana que se vai relacionar com os seus habitantes.
Pátio inglês
Um pátio inglês, permite-nos o acesso, a iluminação e a ventilação direta da cave. A primeira planta avança, sobre o pátio, a modo de teto, colaborando na definição dos seus limites, classificando-a como mais uma divisão. O projeto das áreas exteriores constitui uma preocupação prioritária, na nossa proposta. O seu design cuida-se especialmente: entendemos que nestes se desenvolverá parte do habitat comunitário, as relações de vizinhança e queremos favorecê-los.
Cozinha e sala de jantar
Sala de estar
A distribuição interna do tipo de habitação desenvolvido, resolve-se otimizando a superfície de cada peça habitável, agrupando os núcleos sanitários e eliminando, o mais possível, a perda de espaço em corredores e vestíbulos. Este núcleo fixo sanitário facilita a possibilidade de variar e/ou ampliar certas peças de habitação, eliminando divisórias de separação. Por isso optou-se por um sistema estrutural de lajes sobre muros e pilares de betão armado. A comunicação direta entre os diferentes espaços vizinhos traz flexibilidade ao uso da habitação, permitindo múltiplas relações e circulações entre as mesmas.
Cave - Pátio inglês
Sala de estar
Espaço de altura dupla
Quarto Principal
Muros de betão
Sequência da obra
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1 Comentário
Boa imaginação