A história deste projeto teve início
em 1997, quando o promotor, o Professor
Godinho, decidiu investir na construção
de um edifício de apoio à terceira idade
que seria também a sua futura casa.
A ideia partiu da conceção de um espaço,
que privilegia as zonas sociais (refeitório
e sala de convívio) e restringe os espaços
individuais (corredores e quartos).
O projeto teve como ideia fundamental
evitar o isolamento dos idosos e provocar
as atividades sociais, bem como a vista
sobre a cidade de Almada e o Cristo Rei.
O edifício é constituído por dois blocos
e um pátio, destinados a servir a terceira
idade, com espaço para trinta e seis residentes
e cinquenta não residentes, numa área
de construção com aproximadamente
3000 m2. O bloco azul em forma
de “L” destina-se aos quartos e instalações
sanitárias, mas também, ao gabinete
de direção e receção, arrumos e outros
serviços.
A fachada sul, despojada, abre-se para um pátio que liga os dois blocos e que permite a chegada
de ambulâncias e automóveis particulares.
O bloco em forma de cubo vermelho, abstrato e expressivo, contrasta com o “L” e destina-se às áreas sociais, como a cozinha e refeitório, no piso térreo, sala de convívio e gabinete médico, no piso intermédio, e atelier, oficina, lavandaria, arrumos
e garagem no piso inferior.
A linguagem arquitetónica procurou desenvolver
a ideia de “fortaleza” em relação às traseiras e aos edifícios contíguos, explorando em contrapartida a vista sobre a cidade de Almada. Procurou-se criar dois mundos opostos entre o interior e o exterior,
com um volume que pode viver isolado do que o rodeia, sem matrizes exteriores que o definam.
Por outro lado, a forma pontua o sítio independentemente de tudo o que está à sua volta, através de um volume geometricamente
rigoroso, com duas cores (azul e vermelho) que são reguladoras da paisagem.
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