Sabemos bem que Marie Kondo tem estado em alta nos últimos tempos com os seus conselhos e dicas. No entanto, muita gente resiste a seguir estas sugestões dadas pela guru da ordem, por várias razões. Nem tudo o que ela diz pode ser aplicado nas nossas casas, e apesar de podermos defender certas práticas que ela aconselha, outras parecem simplesmente pouco praticáveis. Assim, deixamos-lhe este artigo com algumas razões para que nem sempre siga os conselhos de Marie Kondo, que pelo menos o podem ajudar a decidir se quer seguir esse estilo vida ou não.
Neste artigo
- #1 Não temos a mesma base cultural
- #2 Ordenar de uma vez não é fácil
- #3 Nem sempre podemos dobrar a roupa como ela sugere
- #4 Mudar a roupa do armário conforme as estações
- #5 O caos das etiquetas
- #6 Organizar tudo sem ajuda
- #6 Manuais de instrução e peças soltas
- #8 A relatividade daquilo que nos faz felizes
#1 Não temos a mesma base cultural
Esta primeira
razão é essencial. Não nos podemos esquecer que Marie Kondo é japonesa, e que a
maioria dos seus clientes e público-alvo também o é. A diferença entre a cultura japonesa e a nossa
nao se pode negar. O estilo de vida é completamente distinto e temos tendência
a ser menos rígidos e perfecionistas. Para além disso, as nossas casas costumam
ser maiores, pelo que não temos tantos problemas de espaço. Por tudo isso, não
é de todo descabido pensar que um método criado para uma base cultural concreta
não se adequa a outra cultura diferente.
#2 Ordenar de uma vez não é fácil
Uma das coisas
que Marie Kondo defende é que se deve arrumar tudo de uma só vez, e não pouco a
pouco. Assim, as dúvidas sobre se certos objetos devem sair ou ficar serão
menores. No entanto, esse é outro dos pontos que não é fácil de cumprir.
Ordenar uma casa pode ser caótico se o fizermos de uma só vez. Não existe nada
de errado em levar o seu tempo e fazer tudo pouco a pouco. Organizar todas as
divisões no mesmo dia pode tornar-se cansativo e levar a que cometamos erros,
já que organização é mais do que tirar tudo de uma casa.
#3 Nem sempre podemos dobrar a roupa como ela sugere
O tema da roupa é
um dos fortes do método Marie Kondo. A forma de dobrar a roupa verticalmente
pode ser prática para peças pequenas, como a roupa interior e lenços. Mas se
pensarmos bem, outras peças não podem ser dobradas assim, por muito que a Marie
nos tente convencer disso. As camisas, por exemplo, ficarão muito vincadas se
as dobrarmos dessa forma, ou pelo menos mais vincadas do que ficaram se as
pendurássemos de forma convencional, especialmente se forem feitas de tecidos
delicados.
#4 Mudar a roupa do armário conforme as estações
Sim, pode ser
chato andar a mudar a roupa do armário conforme as estações. A Marie Kondo
diz-nos que esse método é antiquado e uma perda de tempo. É certo que, devido
ao espaço mais reduzido, as casas japonesas necessitam de mais organização para
contar com espaço extra. No entanto, para nós, mudar o armário é a ocasião
perfeita de retirar peças que já não usamos. Não necessitamos ter toda a roupa
de verão e de inverno junta no armário, e não há nada de mal em guardá-las em
caixas no sótão e trocar as peças quando mudar a estação.
#5 O caos das etiquetas
Uma das coisas
que menos nos atrai no método Marie Kondo é o tema das etiquetas. Ela diz-nos
que as etiquetas dos produtos sobrecarregam o ambiente de “ruído”. Talvez as
etiquetas não sejam estéticas, e muitas das coisas que usamos no dia-a-dia,
como óleos, detergentes ou champôs parecem melhor num frasco. No entanto,
devemos pensar em termos práticos. Um armário de produtos de limpeza sem
etiquetas não é prático, para além de não ser seguro.
#6 Organizar tudo sem ajuda
Kondo diz-nos que
é melhor organizar tudo sem ninguém do lado, para que possamos enfrentar as
nossas emoções em relação a determinados objetos. Mas se vivemos com mais gente,
isto é impossível e até injusto. Será que você tem o poder de decidir se aquela
camisa do seu par ou aquela saia da sua filha é ou não importante? Ou se a foto
do seu marido ou mulher de férias há muitos anos deve ou não ficar? Por mais
trabalho que dê, organizar a casa é um trabalho de todos os que nela vivem. Se
vive só, faça tudo sozinho, mas se não for esse o caso, peça ajuda à sua
família.
#6 Manuais de instrução e peças soltas
Marie Kondo deixa
bem claro que manuais de instruções, pregos e peças que sobram ou de
reposição devem ser deitadas fora. Mas para quê? Contar com tudo isto pode ser
muito útil, desde que estejam ordenados num local onde não incomodem. Os
armários servem para isso e são elementos que não ocupam muito espaço.
#8 A relatividade daquilo que nos faz felizes
Por último, mas
não menos importante, falemos da essência deste método que Marie Kondo tenta
promover, ou seja, que as coisas que você tem em casa devem fazê-lo feliz. Isto
está muito bem, mas devemos também pensar em como o que nos faz feliz é muito
relativo. Se organiza o armário hoje e remove recordações de há uma semana
atrás,obviamente que não vai ter nenhuma sensação específica de felicidade. Mas
talvez no futuro esse CD ou presente seja algo especial que perdeu porque
deitou fora. A felicidade é algo passageiro, e as sensações que certos objtos
suscitam podem mudar com o tempo.