Quando chega o momento de comprar casa para habitar, esta é a questão que surge sempre no momento inicial da tomada de decisão: Comprar ou arrendar?
Noções básicas
De uma forma geral, comprar habitação, partindo do princípio que não tem o capital todo disponível para efetuar a compra, implica um processo de acesso ao crédito junto de uma entidade bancária. Esta solução nem sempre é fácil pois requer reconhecimento junto da banca. Para ter acesso a um crédito bancário é exigido que esteja empregado ou que tenha uma justificação válida para os seus rendimentos, que devem ser equilibrados e que transmitam total segurança e o mínimo de risco de incumprimento ao banco. O risco e a taxa de esforço podem não ser favoráveis para a aquisição de um crédito bancário para compra de casa, caso tenha um emprego precário ou não tenha fiadores. Terá de lidar ainda com as taxas de juro, o que, a longo prazo, significa que a sua casa irá ficar mais cara do que é na realidade.
Alugar uma casa, não requer um reconhecimento bancário, embora por vezes seja pedida a declaração de IRS por parte dos proprietários dos imóveis, não sendo obrigatório a sua apresentação, assim como não é necessário recorrer a fiadores. Os proprietários apenas querem ter a certeza de que o novo inquilino é um bom pagador.
O arrendamento
Tendo como exemplo um apartamento T1, dependendo da zona onde está localizado, o valor das rendas pode ir até 800€ por mês no centro de Lisboa, já na periferia este valor é em média 400€.
Ao fim de 12 meses irá pagar 9600€ dos quais poderá deduzir cerca de 500€ em sede de IRS. A este valor mensal poderá ter que somar as contas da águas, luz, gás, televisão, telefone e internet.
Não terá de se preocupar com obras de manutenção, pagamento de impostos sobre os imóveis, condomínios ou outros gastos que são da responsabilidade do proprietário.
A maior vantagem no arrendamento está relacionada com a gestão do imóvel, pois não terá de se preocupar com toda a logística financeira de quem é proprietário. A maior desvantagem em a haver com o facto de estar numa situação muito instável pois muito facilmente o proprietário consegue terminar o arrendamento tendo depois necessidade de procurar nova habitação.
De referir que por mais anos que fique na casa esta nunca será sua.
A compra
Dando como exemplo o mesmo T1, este imóvel poderá ter um custo até 150.000€ se for localizado no centro de Lisboa e cerca de 80.000€ na periferia da cidade.
Recorrendo a um crédito a 30 anos, com spread de 1,25% e dando de entrada 20% (30.000€), irá ter uma prestação mensal média de 350€. A este valor mensal terá de somar o seguro de vida (80€), Seguro multiriscos (30€), Condomínio (40€) e o IMI (cerca de 350€/ano).
A aquisição do imóvel implica ainda outros custos como a abertura do processo (500€) ou o valor da escritura (800€). Poderá ter ainda o custo do IMT e Imposto de selo, calculado de acordo com o valor do imóvel em transação, nesta caso estes valores somados são cerca de 2500€.
A maior vantagem é que pode gerir um imóvel em seu nome e no final do crédito terá um activo imobiliário que poderá fazer render algum capital. As maiores desvantagens estão relacionadas com o aumento de taxas de juros que pode fazer subir bastante a prestação mensal. Aliado a este facto está a instabilidade do mercado imobiliário e a possível desvalorização do imóvel.
Conclusões
Comparando os valores em questão, cerca de 750€ no arrendamento e 600€ na compra, compensaria recorrer à banca e comprar o imóvel, contudo esta opção implica um investimento inicial e todo o processo de acesso ao crédito que requer uma detalhada análise financeira. De referir que terá de ter em conta que a prestação ao banco não deve ser superior a 33% do seu ordenado (taxa de esforço).
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1 Comentário
Desactualizado! Encontrar casas com os valores, tanto de arrendamento como de compra, como os mencionados, é coisa do passado!