Neste artigo
Do lugar: A topografia acidentada e o Rio Douro marcam fisicamente os limites da paisagem, e das vistas. O sítio, um vale íngreme com laranjeiras plantadas em socalcos e uma linha de água sazonal, são as condicionantes para a implantação da nova construção. Pretendeu-se garantir a conservação e preservação dos processos naturais e biológicos indispensáveis aos ecossistemas existentes.
Do Programa: O pedido de um pequeno equipamento para agro-turismo construído em madeira num sistema modular. Quinze módulos com a dimensão de (6,60m x 3,30m), geram o contentor para os espaços necessários à sua funcionalidade e conforto interior. Os espaços exteriores, em forma de varandas e alpendres corridos garantem os acessos e as circulações, bem como, a protecção contra os raios solares e as intempéries. Por baixo, a suportar toda a construção em madeira, encontra-se um chassi metálico que se apoia em dois “pilares” que vencem um vão de 13m ao centro, e duas consolas simétricas de 6,60m de cada lado. Estes pilares, com espaço no interior, albergam todas as zonas técnicas e de serviços necessários.
Da Ideia: O sítio impôs as regras. As regras impõem deixar o vale “quase” intocável. Uma estrutura suspensa, apoiada somente em dois pontos garantem o impacto mínimo com o solo. O desenho procurou sintetizar nas proporções mais correcta do espaço, o rigor das métricas pré-estabelecidas, as cargas admissíveis, a sistematização dos detalhes, e essencialmente a coerência na utilização dos materiais. O objecto arquitectónico procurou aproximar-se ao conceito de “ponte”, ao conceito de infra-estrutura.
Nos "Interiores", fomos ao encontro de espaços que privilegiam uma estreita ligação com ambientes exteriores num contacto íntimo com a natureza que tanto nos tranquiliza.
A Casa do Rio é um hotel de charme, erguido em Vila Nova de Foz Côa. Para além da proximidade das vinhas, o enoturismo oferece um cenário deslumbrante ao pequeno-almoço.
A estrutura é suspensa e, por isso, o impacto no solo e na linha de água que o alimenta é mínimo. Uma espécie de ponte alberga os seis quartos brancos da extensão do “wine hotel” da Quinta do Vallado, com uma piscina infinita rodeada de verde e madeira.
No exterior, voltado para o rio, varandas e alpendres corridos enquadram a paisagem do Douro classificada pela UNESCO como Património da Humanidade desde 2001.
Neste hotel de enoturismo (com a vinha ali ao lado) há piscinas e tanques para tomar banho e ainda possibilidade de desportos no rio.
Foi numa quinta de 70 hectares ao pé do rio Douro, próximo do sítio de arte rupestre da Penascosa, que foi criado este hotel de charme, uma extensão do wine hotel da Quinta do Vallado, na Régua.
Chegar a este cenário implica uma viagem – um passeio – de 4,5 quilómetros pela propriedade, até encontrar o edifício modular, projetado pelo arquiteto Francisco Vieira de Campos, bem integrado no postal vinhateiro.
A ideia é mesmo inspirar a contemplação e o vagar, sem que isso implique estar parado.
A casa possui seis quartos (estão a ser construídas mais duas suites), uma cozinha, uma sala de estar e uma varanda cujo desenho e materiais se integram perfeitamente no local, com sobriedade, requinte, modernidade e bom gosto.
Os quartos pincelados a branco e madeira, além de confortáveis e românticos têm aquecimento central, zona de descanso/leitura e uma lareira que abraça a vista sobre o rio e as vinhas de uma maneira verdadeiramente arrebatadora.
Os quartos são mobilados em estilo rétro, com peças da ceramista Júlia Ramalho, e em todos eles há uma lareira que serve de aconchego no inverno.
A brisa ao anoitecer na varanda do quarto provoca a mesma sensação que o aroma de um grande vinho da região, a giesta, a esteva, a madeira e as especiarias percorrem os nossos sentidos, desejando-nos uma boa noite ao ouvido.